sexta-feira, 31 de agosto de 2012


Um minuto de revolta

"É muito bom quando se faz o que se gosta. Tenho que arrumar uma maneira inteligente e criativa de mostrar que arte pode dar dinheiro.
Faço minhas artes porque gosto, e sofro muito com isso... demoro muito para fazer uma peça e acho que não é viável esperar um retorno financeiro. Levando em consideração que levo em torno de um dia para fazer uma caixa, acho que não é pra mim.
Admiro muito os artesãos e fico triste em ver que poucas pessoas valorizam os seus trabalhos. É mais fácil e barato comprar um produto da china do que um artesanato. Andei nas ruas de Recife-PE e vocês não fazem ideia de como esses produtos tomam conta da cidade! Antes tinham uma rua inteira só de lojas de tecidos, hoje só lojas de produtos da china que muitas vezes não querem dar nota fiscal. O povo não liga se houve mão de obra escrava para fabricar, ou de que forma esses produtos chegaram, além da sonegação fiscal.
Bom, esse não é o caso. Na verdade o que eu gostaria é que os artesãos fossem valorizados. Tenho mãe e tios artesãos, desde pequena acordava de madrugada e eles já estavam trabalhando. Se minha mãe ficou rica com artesanato? Não! Ela não ficou. Como eu, ela adora fazer artesanato e nunca quis que eu seguisse seus passos.E qual a arte de se ganhar dinheiro com isso? Estou revoltada.
Meu esposo, minha irmã e minha mãe acreditam que devo estudar. Então vou estudar. Estou falando isso porque levei uma semana para fazer sete capas de agenda e se quiser viver disso vou morrer de fome. Tenho que estudar e dar os parabéns para aqueles que vivem dessa vida ou que ganharam muito através da arte. Gente, dá muito trabalho! E como não quero vender meus produtos por uma pechincha como os produtos da china, vou fazer por prazer e quando eu quiser, e vou continuar compartilhando com vocês."

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